Cerca de 70% dos servidores da Justiça gaúcha não consideram que seus locais de trabalho tenham condições de segurança adequadas para o retorno ao trabalho presencial. É o que indica a pesquisa mais recente elaborada pelo Sindjus. O levantamento foi realizado entre os dias 18 e 26 de junho, através da plataforma Google Forms, com servidores de 60 comarcas.
Foram feitos questionamentos aos servidores sobre as principais medidas de segurança, definidas pelas autoridades sanitárias e listadas na Resolução 322/2020 do Conselho Nacional de Justiça, para autorizar o retorno ao trabalho presencial. As respostas apontam que há diversos problemas quanto ao cumprimento das exigências estabelecidas. Mais de 40% dos participantes da pesquisa declararam que em suas unidades não há equipamentos de proteção individual (EPI) em quantidade suficiente para todos os servidores, estagiários e magistrados. A oferta de máscaras faciais descartáveis, por exemplo, foi confirmada por menos da metade das pessoas (45%).
Outro dado que chamou a atenção foi sobre a aferição de temperatura corporal na entrada dos prédios. Segundo a pesquisa, cerca de 45% indicou que seu local de trabalho não possui termômetro e mais de 90% afirmou não existir profissional capacitado para fazer a aferição. Ainda segundo o estudo, a limpeza frequente dos locais não está sendo realizada, conforme apontaram mais de 70% dos participantes. As exigências de distanciamento também não estão sendo cumpridas, nem para afastamento dos profissionais no interior dos locais de trabalho e nem para a formação de filas na parte externa. Além disso, a pesquisa mostrou que não foram formados em todos os locais os grupos mistos de trabalho para implementação e acompanhamento das medidas de retorno gradual, exigência expressa na Resolução nº 322 do CNJ.
O sindicato recebeu nesta semana o retorno do TJRS sobre o questionamento quanto aos casos suspeitos e confirmados de contágio entre servidores. Até o momento, foram reportados 32 casos suspeitos e 11 confirmados. Os resultados da pesquisa realizada pelo Sindjus serão apresentados à Administração do Tribunal de Justiça para reforçar a importância de manter o regime de distanciamento social enquanto a pandemia não estiver controlada no país. “Essas informações evidenciam o que temos alertado nas últimas semanas. Não existem no momento condições adequadas para que os trabalhadores voltem à rotina presencial em segurança”, pontuou o diretor de Imprensa e Divulgação e coordenador do levantamento, Emanuel Dall’Bello.
Confira a pesquisa abaixo: