Ato contou com a participação de sindicatos de base da Fenajud, pela Fenamp, Ansemp e CSP Conlutas.
A Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados) realizou um ato na última segunda-feira, 10 de maio, contra a Reforma Administrativa, em defesa da vacinação em massa e por um auxílio emergencial no valor de R$ 600. A mobilização presencial foi transmitida no Facebook da Federação (assista aqui) e demais entidades parceiras. A atividade contou com a participação do Serjusmig, Sindijus-PR, Sindjus-RS, Sindjustiça-RN, Sinsjusto, Fenamp , Ansemp e a CSP Conlutas. O protesto aconteceu na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF).
Os sindicalistas exigiram a retirada de pauta da PEC 32/2020, que prejudica a prestação de serviços básicos para a população, reduzindo acesso à escolas, creches, saúde, segurança e Justiça; o protesto também repudiou a situação de calamidade vivenciada nas cidades, com a ausência de políticas públicas que ofertem assistência social aos mais pobres, principalmente durante a pandemia, mas que pode ser agravada caso a Reforma Administrativa seja aprovada.
Os participantes criticaram também a ausência de um cronograma com prazos e metas estabelecidos por grupos para a vacinação contra a COVID-19. Para eles, de forma unânime, a demora na vacinação tem causado centenas de vítimas – contabilizando mais de 4.000 mortes no país – o que poderia favorecer a retomada da economia, a geração de emprego e o retorno da renda da população.
Ainda no local, os dirigentes defenderam o auxílio emergencial no valor de R$ 600, que pode ajudar as famílias a atravessarem este momento difícil, em que o país soma diversos desempregos e prejuízos sociais. Na opinião dos dirigentes, o valor como está sendo pago atualmente não permite que os beneficiários tenham condições sequer de comprar uma cesta básica de alimentos.
Pensando nisso, a Federação realizou uma ação de arrecadação de alimentos, onde somadas a contribuição da própria Federação e das entidades parceiras, o ato contabilizou 4 toneladas de alimentos. As cestas básicas foram entregues em comunidades carentes do Distrito Federal.
O primeiro local a receber os mantimentos foi a Ocupação do CCBB, no Centro de Brasília. No local moram mais de vinte famílias. Recentemente a comunidade sofreu um despejo autoritário, durante a pandemia, por parte do governo do Distrito Federal.
Os dirigentes também realizaram doações na Cidade Estrutural, localizada a poucos quilômetros do centro da capital e que abrigava até pouco tempo o maior lixão a céu aberto da América Latina. No local três creches foram beneficiadas, além das famílias assistidas pelas instituições de apoio. As professoras denunciaram a dificuldade enfrentada pela comunidade durante a pandemia, com registros de famílias em necessidade extrema, e relataram como ações, como esta, podem ser importantes em um momento em que o Estado deixa de prestar assistência a quem mais precisa: os mais pobres.
Território indígenas
Na terça, 12 de maio, os dirigentes continuaram a entrega de alimentos. Desta vez, a atividade aconteceu em territórios indígenas, também no Distrito Federal. Os dirigentes ouviram a situação difícil em que se encontram os povos que residem na capital e tiveram a oportunidade de dialogar com o líder indígena Álvaro Tukano. O indígena contou um pouco de sua história frente ao Movimento e discorreu também sobre as dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas durante a pandemia, a falta de apoio dos governos e a política de extermínio que permitiu a matança de milhares de indígenas pelo país.