Após uma intensa mobilização que durou mais de um ano, é possível afirmar: 2021 encerra-se com uma vitória significativa para os servidores e as servidoras de todo o país, e uma derrota para o governo de Bolsonaro, Paulo Guedes e Arthur Lira, que representam os interesses econômicos da elite do atraso em nível nacional e mundial na sua pretensão de aprovar a reforma administrativa (PEC 32/2020).
Apesar de ser uma vitória parcial, pois a PEC 32 ainda pode ser votada no ano que vem, com muitas dificuldades em ano eleitoral, resta a convicção de que o fantasma da reforma administrativa foi exorcizado da agenda política neste ano que se encerra no Congresso Nacional.
Nas eleições de 2022 teremos a chance de mudar os rumos do país, com a renovação da classe política dominante que apoia proposta nefastas como essa de desmonte do estado social, que pretende privatizar os serviços públicos, entregar áreas essenciais a grupos econômicos e acabar com a estabilidade do servidor, instituto fundamental à democracia conquistada na Constituição de 1988, entre outros ataques sem paralelo na nossa história republicana, o que tornará brasileiros e brasileiras ainda mais vulneráveis às mazelas que acometem o país.
No Rio Grande do Sul, o Sindjus/RS, juntamente com a Frente dos Servidores Públicos (FSP) e a União Gaúcha, representando dezenas de entidades das três esferas do serviço público do Estado, e em nível nacional a Fenajud e a Frente Parlamentar em Defesa dos Serviços Públicos, promoveram enormes esforços conjuntos para a derrota da PEC 32.
Desde os primeiros atos contra a PEC, ainda em 2020, como nos outdoors espalhados por todo o Estado, a mídia de rádio e jornal, os atos públicos em municípios dos parlamentares federais do RS, coletivas de imprensa, entrevistas às rádios locais, artigos em periódicos, viagens a Brasília para pressionar os parlamentares e a mobilização nos aeroportos, foi alcançado um nível de unidade e mobilização nunca antes visto entre todas as categorias, o que foi preponderante para esse resultado, sinalizando para a continuidade desse movimento e de outras lutas.
Esse nível de organização atingido e o aumento da nossa consciência enquanto classe trabalhadora foram de fundamental importância para alcançarmos essa vitória. A pressão exercida por todas as categorias dos servidores públicos Brasil afora fez o próprio presidente do Congresso Nacional, deputado Arthur Lira (PP-AL), reconhecer por diversas vezes a nossa força, admitindo as dificuldades na obtenção dos 308 votos necessários na Câmara dos Deputados, em dois turnos, para a aprovação da proposta.
Devemos seguir vigilantes, mobilizados e unidos, pois a PEC 32 ainda não saiu do horizonte daqueles que desejam se apropriar do Estado, aumentando o fosso social que separa ricos e pobres nesta nação.
Por ora, parabéns aos servidores públicos, às entidades representativas das categorias e àqueles que lutam por justiça social.
Se votar, não volta! Não à PEC 32!