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Integrantes dos Coletivos do Sindjus (Não Me Calo, Diversa, o Coletivo Pela Igualdade Racial – CIRS e Núcleo de Aposentados – NAP) e da direção do sindicato, do Simpe e da Abojeris, visitaram na manhã desta terça-feira (14) a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) em ato de solidariedade à parlamentar que recentemente sofreu ataques por parte de deputados, em sua maioria homens e de direita.

A deputada, que historicamente apoia todas as lutas dos trabalhadores e dos oprimidos, é alvo de um processo que pede a cassação de seu mandato, que tramita na Comissão de Ética da ALRS, além de uma representação junto ao Ministério Público Estadual movidas pelos deputados Felipe Camozzato (NOVO), Rodrigo Lorenzoni (PL), Capitão Martim (Republicanos), Guilherme Pasin (PP), Adriana Lara (PL) e Prof. Cláudio Branchieri (Podemos).  

Os ataques foram motivados pela manifestação de Luciana sobre a guerra no Oriente Médio, na defesa do povo palestino e contra o verdadeiro genocídio a que tem sido submetido esse povo há décadas por parte do Estado de Israel.

Segue a íntegra a manifestação do Sindicato e de seus Coletivos, extensiva aos ataques de todos os mandatos de luta como o da deputada:

 

Nota de Repúdio aos ataques a mandatos femininos de luta

Estamos observando, já há alguns anos, a tendência de proliferação de pedidos de cassação de mandatos de vereadores, deputados estaduais e federais de esquerda em face da discordância de opiniões políticas. Essa prática iniciou com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que foi um dos processos mais importantes de cassação de mandato de uma mulher que já tivemos no Brasil.

Eis que essa moda pegou, e já há quatro anos vemos sucessivos pedidos de cassação de mandatos políticos de esquerda, notadamente quando tomam atitudes coerentes e lógicas na defesa dos direitos humanos, na defesa de políticas antirracistas e na luta por causas humanitárias como a questão do marco temporal quando houve pedido simultâneo de cassação de seis deputadas progressistas.

Tais processos são uma demonstração clara de que há uma prática organizada pelos grupos políticos de direita, especialmente mandatos de homens brancos, heteronormativos e imbuídos de todo o poder que essa característica lhes atribui, que ingressam com pedidos de cassação contra parlamentares de esquerda que defendem causas contrárias aos seus ideais.

Essa situação se torna mais clara em relação aos pedidos de cassação de deputadas mulheres que na luta pelos direitos dos oprimidos e excluídos travam importantes debates nos parlamentos de todas as esferas. Por consequência, essas mulheres são alvo de pedidos de cassação que na linha processual serão apreciados pelos mesmos homens brancos heteronormativos, que julgarão esses casos.

Enquanto Coletivo de Mulheres do Sindicato dos Servidores e das Servidoras da Justiça, o Não Me Calo, subscrita esta manifestação pelo Coletivo de Igualdade Racial, o CIRS, o Coletivo de Diversidade Sexual, o Diversa e o Núcleo de Aposentados e Aposentadas – NAP, contando com o apoio irrestrito da nossa Direção Sindical, temos a obrigação de manifestar nossa irresignação em relação ao pedido de cassação encaminhado contra a deputada estadual Luciana Genro, pedido (in)justificado em vista da sua manifestação contra a situação de genocídio a que vem sendo submetido o povo palestino, agravado pela guerra que vem sendo travada no Oriente Médio.

Nas agressões contra o povo palestino as maiores vítimas têm sido mulheres e crianças. Não podemos ficar caladas e calados diante desta situação, e os mandatos de luta da classe trabalhadora e dos direitos sociais em geral tem sim a obrigação de se manifestarem em relação às causas humanitárias, não só no Brasil como de todo o mundo.

 

Porto Alegre, 14 de novembro de 2023.

Coletivo Não Me Calo

Coletivo de Igualdade Racial

Coletivo Diversa

Núcleo de Aposentados e Aposentadas

Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – Sindjus/RS