O impacto das transformações do mundo do trabalho sobre a vida e a saúde das pessoas foi tema de uma grande atividade de formação e integração multidisciplinar realizada na Universidade Federal de Santa Catarina entre os dias 29 e 31 de agosto. O evento “Por Um Fio” – Seminário Internacional de Saúde e Trabalho foi promovido em colaboração entre a Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (ABET), o Laboratório de Sociologia do Trabalho da UFSC (LASTRO) e o Fazendo Escola – Centro de Estudos e Pesquisas em Trabalho Público e Sindicalismo.
O Sindjus, que integra o Fazendo Escola junto com Sinjusc, Sindjus-PR e Sindjud-PE, participou com uma grande delegação de servidoras e servidores de várias comarcas. Com a presença de trabalhadoras e trabalhadores de diversas categorias e locais, sindicalistas e especialistas de Universidades brasileiras e latino-americanas, o Seminário proporcionou o debate e reflexão sobre a saúde física e mental da classe trabalhadora, o adoecimento relacionado às dificuldades do mundo do trabalho e os desafios da academia e do movimento sindical na luta para mudar essa realidade.
Em mesas temáticas, oficinas e apresentações artísticas distribuídas ao longo dos três dias, foram abordados aspectos relacionados à sobrecarga imposta pela conjuntura acelerada nas mudanças de processos, à precarização de direitos, à inserção de novas tecnologias que modificam de maneira intensa as dinâmicas sociais, nas relações pessoais e nas relações de trabalho, com atravessamentos das questões de raça, classe e gênero.
Estamos por um fio, e isso é proposital
O esgotamento que leva ao adoecimento tem no capitalismo causa e consequência; se o sistema apresenta um projeto amplo que tem no centro a desumanização e a exploração nas relações de trabalho como forma de retroalimentação, o problema exige, tanto no campo político quanto sob a ótica da saúde, que o enfrentamento seja feito de maneira integrada e coletiva. Ficam muitas dúvidas e questionamentos, como é peculiar do exercício do pensamento crítico propiciado nesses espaços, mas também a convicção de que a superação do capitalismo se dará pela união e a solidariedade da classe trabalhadora.
A saúde é coletiva, a saída também
A fim de qualificar o debate interno e subsidiar a delegação que representou as trabalhadoras e trabalhadores do Judiciário gaúcho nos espaços de troca e debate, o Sindjus realizou, desde o início do mês de agosto, uma série de encontros preparatórios de estudo. “A preparação nos possibilitou uma experiência qualificada e proveitosa de todas as atividades realizadas no Seminário. Saímos fortalecidos e fortalecidas para fazer a luta com a certeza de que a saída é coletiva”, pontuou a diretora de Formação do Sindjus, Maiz Ramos Junqueira