Nem o mau tempo desanimou a mobilização dos trabalhadores do Judiciário nesta terça-feira (15) em Porto Alegre. Mesmo com chuva e frio, 2 mil trabalhadoras e trabalhadores de comarcas de todo estado encheram as ruas da capital gaúcha na maior manifestação já realizada pela categoria, superando o número de participantes das atividades realizadas na semana anterior.
O 21º dia do movimento paredista iniciou com uma concentração em frente ao prédio II do Foro Central. Com apitos e guarda-chuvas decorados, os manifestantes chamavam os colegas que ainda estavam trabalhando para juntarem-se ao movimento. Logo o contingente aumentou consideravelmente e os trabalhadores saíram em caminhada guiada pelo carro de som do Sindjus/RS, passando pelo prédio I do Foro Central e parando em frente ao Tribunal de Justiça, onde foi realizado um grande barulho com panelas, tambores, apitos, buzinas e megafones. Com bonecos e fantasias de dinossauros, manifestantes buscaram ironizar a proposta de extinção dos seus cargos, assim como a alegação do tribunal de que as atribuições dos técnicos judiciários seriam mais adaptadas às novas tecnologias na rotina de trabalho, indicando que os oficiais escreventes seriam “obsoletos”.
Em caminhada à Assembleia Legislativa, os trabalhadores enfrentaram o momento de chuva mais rigorosa, enchendo uma das pistas da avenida Borges de Medeiros com capas e guarda-chuvas decorados com palavras de ordem. Na Praça da Matriz, o movimento de trabalhadores do Judiciário uniu-se ao das educadoras lideradas pelo CPERS, que realizavam ato alusivo ao Dia do Professor e em oposição ao governo Eduardo Leite. A pressão dos trabalhadores e das lideranças sindicais dentro e fora do prédio da sede do Parlamento gaúcho rendeu mais uma semana sem acordo das lideranças pela inclusão do PL 93/2017 na votação da sessão plenária desta terça-feira.
Na assembleia geral da categoria, realizada à tarde, os dirigente sindicais informaram à categoria acerca das reuniões realizadas com o presidente do Tribunal de Justiça, no sentido de que não houve nenhuma proposta concreta formalizada pela Administração. Os servidores reunidos definiram a continuidade do movimento paredista até que a presidência do Tribunal responda às reivindicações apresentadas pelas entidades representativas. “Não vamos parar a greve somente com promessas. Queremos palavra e compromisso com os trabalhadores, que exigem respeito e dignidade”, salientou o coordenador geral do Sindjus/RS, Fabiano Zalazar. Outro ponto decidido na assembleia geral foi a realização de encontros regionais nos próximos dias com a presença da direção do Sindjus/RS, para avaliar a greve e debater os próximos passos do movimento.