As mulheres representam 58% da força de trabalho do Poder Judiciário estadual, mas em quase 150 anos de história, pela primeira vez o cargo mais alto da Justiça gaúcha é ocupado por uma mulher.
Com o propósito de fomentar esse debate, o Coletivo de Mulheres Não Me Calo definiu “A voz das mulheres no Judiciário”, como tema para a programação de março, mês de luta por direitos e igualdade de gênero. A temática foi definida pelas integrantes, inspiradas no nome e na proposta do Coletivo, de lutar por espaços e pelos direitos das mulheres.
Ao longo do mês, compartilharemos nos nossos canais percepções das trabalhadoras do Judiciário que integram o Coletivo Não Me Calo, em um espaço para ampliar as vozes dessas mulheres.
Para a assistente social Maíz Ramos Junqueira, os desafios da ampliação da participação política das mulheres estão ligados ao machismo estrutural, presente nas relações familiares e públicas, e fazer esse enfrentamento exige mais que atuação individual: “As alternativas a esse contexto requerem não só mudanças individuais, mas, fundamentalmente, a organização política coletiva. O Coletivo de Mulheres do Sindjus representa um dos caminhos para o fortalecimento da participação feminina nesses espaços.”
Da mesma forma, o entendimento da servidora Marjani Anschau aponta a importância de espaços de fortalecimento da luta, para que as mulheres tenham sua voz ampliada. “Eu encontrei no Coletivo um espaço de acolhimento, onde a minha voz se fortaleceu quando encontrou outras falas, e as minhas lutas se somaram às batalhas das colegas”. Fortalecimento esse, que a servidora Juliana Toralles também identificou na construção de espaços coletivos de luta: “É na hora da luta que nós mostramos a nossa força! Mulheres do Judiciário, uni-vos!”, frisa.
Na avaliação da servidora aposentada Márcia Amaro é necessário ampliar a participação das mulheres nos espaço de poder: “Lutemos para que mais mulheres participem da política nacional, com cargos eletivos incluindo a política sindical que está na base do interesse de todas as trabalhadoras”, aponta, destacando que “já avançamos bastante, mas precisamos ir além até sermos completamente ouvidas e respeitadas numa sociedade ainda muito violenta, machista e dominada pelo patriarcado”.
Live: A voz das mulheres
Abrindo a programação, no Dia da Mulher, 8 de março, o Coletivo Não Me Calo promove a live “A voz das mulheres no Judiciário”. A transmissão será às 9h, no canal do Sindjus no Youtube (https://bit.ly/naomecalo-8mar).
Entre as participantes, a advogada Maria Berenice Dias, desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça (TJRS), e que foi a primeira mulher a ingressar na magistratura gaúcha e também a assumir o cargo de desembargadora no Estado. Também participa a assistente social judiciária aposentada Marcia Reny da Silva Soares, que atuou por 18 anos no TJRS. A mediação será da técnica judiciária e integrante do Não Me Calo, Anuncia Francineth Vaz Pereira.
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