Nesta terça-feira, 1.º de outubro, no dia em que completou uma semana, a greve dos servidores do Judiciário gaúcho foi marcada por uma grande mobilização em Porto Alegre. Pela manhã, cerca de mil trabalhadores de todas as partes do estado reuniram-se em frente ao Tribunal de Justiça do RS. A direção do Sindjus reiterou à Administração do TJRS em ofício o pedido de adequação do registro de faltas dos trabalhadores em greve, até o momento anotadas como “não justificadas”.
Após o ato, os servidores seguiram em caminhada até a Assembleia Legislativa, para articular com lideranças de bancadas novamente pela não inclusão do PL 93/2017 na ordem do dia da sessão plenária. A expressiva mobilização dos trabalhadores surtiu efeito e o projeto não entrou em votação nesta terça-feira. Dirigentes do Sindjus/RS foram chamados pela Administração do TJRS para tratar do registro de faltas; em resposta à solicitação do sindicato, a Corregedoria comprometeu-se a determinar a adequação do registro das faltas dos servidores paralisados. Ao meio dia, o comando de greve reuniu-se no escritório da assessoria jurídica do sindicato para avaliar a primeira semana de greve e debater os próximos passos do movimento.
À tarde, foi realizada na Praça da Matriz uma Assembleia geral da categoria. O coordenador geral do Sindjus, Fabiano Zalazar, fez a leitura de ofício do presidente do TJRS, Carlos Eduardo Zietlow Duro, que alegou não ter sido procurado pelo sindicato sobre a realização de greve. O diretor de política e formação sindical, Marco Velleda, lembrou todos os encontros e oportunidades em que o Sindjus buscou diálogo com a Administração sobre as reivindicações da categoria, reforçando a legitimidade do movimento paredista e sua necessidade diante da ausência de abertura de negociação por parte do Tribunal. Ao final da assembleia, foi definida a continuação do movimento paredista até que a Administração do TJRS apresente proposta de negociação dos pontos da pauta de reivindicações. Após a assembleia, servidores ocuparam as galerias do plenário da ALRS para protestar contra a aprovação do PL 93/2017, que deverá ser novamente tema de discussão na reunião de líderes da próxima semana.
Na avaliação da direção sindical, as atividades desta terça-feira demonstraram a expressiva capacidade de organização e mobilização da categoria e seu poder de pressionar a Administração do TJRS para que negocie as demandas dos trabalhadores. “Fizemos uma mobilização histórica, a maior dos últimos anos. Os trabalhadores que participaram estão de parabéns e carregam agora uma importante responsabilidade, que é de aumentar ainda mais a adesão em cada comarca e cada local de trabalho”, destacou o diretor Marco Velleda. O coordenador geral do Sindjus, Fabiano Zalazar reforçou a importância de sensibilizar a sociedade e os trabalhadores que ainda não aderiram ao movimento como forma de garantir o atendimento aos pleitos da categoria: “vamos mostrar para o Tribunal a determinação e a força dos trabalhadores e trabalhadoras do Judiciário gaúcho, o mais eficiente do país, e pressionar a Administração para que ofereça justiça a quem faz a Justiça acontecer”.