O aumento brusco no número de casos no Judiciário gaúcho exige medidas mais contundentes de controle, alertam dirigentes do Sindjus. Nas últimas duas semanas, o total de casos teve um crescimento de 35,42%, saltando de 285 casos confirmados no dia 16 de novembro para 347 registrados nesta quinta-feira, segundo informações do Departamento Médico do Poder Judiciário (DMJ). Esses dados referem-se aos casos entre servidores; sobre os profissionais terceirizados que atuam nas unidades do Poder Judiciário, o Departamento apontou um total de 32 casos suspeitos, com dados finais de 11 confirmados e 21 descartados.
Diante do avanço drástico, a direção do sindicato requer junto à Presidência do TJRS a adoção de ações mais rigorosas, como o retorno do Sistema Diferenciado de Atendimento de Urgência (SIDAU) em todas as comarcas localizadas nas regiões de classificação de risco elevado (bandeira vermelha) estabelecida pelo Governo Estadual. A elevação na taxa de novos casos de coronavírus na Justiça estadual acompanha a realidade do RS, que atravessa o pior momento da pandemia, com quase todas as regiões sob a bandeira vermelha e com UTIs lotadas, situação mais grave do que verificada durante o inverno.
A flexibilização precoce nas medidas restritivas e de distanciamento é apontada como causa preponderante para o agravamento do quadro. “Em todas as oportunidades em que nos reunimos com a Administração, alertamos para os riscos do restabelecimento do trabalho presencial antes de uma melhora concreta no estado. Este momento crítico exige que o Tribunal atue com mais rigor e não se omita diante desse contexto. Há condições de adaptar o trabalho, como já mostrado no início da pandemia”, ressaltou o diretor de Política e Formação Sindical, Marco Velleda. O dirigente destaca, ainda, a possibilidade de subnotificação na divulgação dos casos da Justiça estadual. “O número que já preocupa pode ser bem maior. É urgente que seja retomado o SIDAU na bandeira vermelha, não podemos admitir perder mais colegas para esta doença quando existem as condições para evitar o mal maior”, pontuou.