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Tempo para viver é direito à dignidade: pelo fim da escala 6×1!

Trabalhar deveria ser apenas um meio de vida e não o resumo da vida. Para os milhões de trabalhadores e trabalhadoras que enfrentam a escala 6 x 1 no Brasil, a realidade não dá opções. Nem todos têm as mesmas 24 horas. Após seis dias de jornadas extenuantes e dezenas de horas perdidas em transportes ruins e caros, não sobra praticamente nenhum tempo para descansar, estar com a família, enfim, viver. Para mulheres, a situação é ainda mais grave; na prática, sempre conviveram com a escala 7×0, pois o trabalho doméstico e de cuidados, que também é exaustivo, nunca dá folga. Não há tempo para cuidar da saúde, não há força para outras atividades, para socializar, para estudar; essas possibilidades tornam-se privilégios de poucos. Pessoas adoecem e morrem em consequência de condições de trabalho desumanas. Tudo em nome do lucro e do capital.

A discussão sobre o fim dessa escala perversa tem ganhado o debate nacional nas últimas semanas e finalmente o Congresso deve se debruçar sobre este tema, numa discussão que exige mais do que refletir sobre o mundo do trabalho, pois diz respeito à dignidade humana.

Nossas opções não podem se resumir a trabalhar até morrer ou morrer trabalhando. E não podemos deixar que se reproduza a lógica nefasta do discurso neoliberal segundo o qual a economia pode colapsar se priorizarmos a qualidade de vida da classe trabalhadora. Aliás, uma economia dependente da exploração e esgotamento físico e mental dos trabalhadores e trabalhadoras está condenada ao fracasso e não deve mesmo prosperar. Um projeto de nação bem sucedido deve visar o desenvolvimento aliado ao bem estar social e, para isso, precisa garantir condições de vida digna, com tempo de descanso e de lazer para todas e todos e pleno acesso aos direitos básicos para toda a população.

Como entidade sindical, nosso olhar é para a sociedade, nossa luta e nossa defesa é para toda a classe trabalhadora. Que este debate seja conduzido de forma séria e responsável, acima das falácias e da desinformação, e que possamos garantir uma nova perspectiva de vida para milhões de pessoas.

 

Pelo fim da escala 6×1!